Carta Aberta em repúdio à truculência da Guarda Universitária

18/04/2010, 18:00
Carta Aberta em resposta à truculência da Guarda Universitária da USP

Remetente: Cruspianos
Destinatário: a Sociedade


CARTA ABERTA

Nós, estudantes, funcionários e professores da USP, repudiamos a ação truculenta da Polícia Militar e de membros da Guarda Universitária no CRUSP (conjunto residencial dos estudantes da USP), na madrugada do dia 18/04/10 que, durante uma atividade comemorativa, além de amedrontar os moradores, agrediu duas moradoras.

Este tipo de ato não é exceção e sim regra numa política de “segurança” que tem como objetivo o cerceamento da liberdade. Sabemos que é esta política que o atual Reitor, João Grandino Rodas, tem implementado na USP. É em nome dessa “segurança” que, há menos de três meses policiais armados, respaldados pela guarda universitária, ameaçaram estudantes moradores do CRUSP por estarem realizando uma festa, que há pouco menos de um ano professores, funcionários e estudantes foram feridos com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha dentro da universidade.

Repudiamos esta política repressiva que, servindo aos interesses de uns poucos, cerceia a liberdade de quem é pobre e considera criminosa qualquer manifestação, até mesmo festiva, que ocorre na periferia da cidade universitária: o CRUSP.

Durante a atividade que ocorria na sede da AMORCRUSP (associação de moradores do CRUSP) dois militares armados tentaram entrar e uma vez impedidos abordaram um estudante presente e o identificaram como organizador da atividade. Cerca de 1 hora depois dessa ocorrência, agentes da guarda universitária, sob o comando do agente Beltrani, apareceram no local, tentaram entrar na sede da associação sem nenhuma razão plausível e, não conseguindo, impediram a passagem de três estudantes estrangeiras que tentavam ir embora. Diante da ação coercitiva e arbitrária uma estudante, moradora do CRUSP, repudiou a atitude da guarda pedindo para que eles liberassem a passagem e foi agredida pelos agentes, tendo seu braço torcido e sendo violentamente empurrada. Outra estudante, moradora do CRUSP, presenciou a agressão e indignada com o que ocorria tentou impedir que a ação violenta da guarda continuasse e foi esmurrada por um dos agentes. A ação truculenta da guarda universitária só teve fim quando, conjuntamente, os moradores do CRUSP expulsaram os agentes da guarda do local.

Coincidentemente, esta brutalidade ocorreu há exatamente um mês da retomada da moradia estudantil, no térreo do bloco G, invadida pela COSEAS (coordenadoria de assistência social), que trouxe ao público documentos que revelam o monitoramento completo que a COSEAS, a mando da reitoria, exerce sobre os moradores, que explicitam que o objetivo de tal coordenadoria não é o de melhorar as condições de vida da moradia, a infra-estrutura desta, integrar os estudantes, nem nada que se assemelhe, mas sim controlar de perto a vida dos estudantes, perseguindo e reprimindo os universitários moradores do CRUSP.

Somos solidários aos estudantes moradores do CRUSP e exigimos do Reitor João Grandino Rodas e da administração dessa universidade a não intervenção da força policial no campus e a imediata expulsão dos agentes da guarda universitária responsáveis pela ação e pelas agressões.

São Paulo, 18 de abril de 2010.

Subscrevem esta carta

(Apenas o nome, a cidade, o estado e o país serão exibidos publicamente.)

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